segunda-feira, julho 24, 2006

Formas de falar...

E SE...





Se uma lágrima falasse, diria o esforço que eu fizera para
que ela não se libertasse!









Se um olhar falasse, explicaria bem melhor aquilo que sinto
e aquilo que não é possivel transformar em palavras...









Se um gesto falasse, diria certamente o
quanto me incomodam certas hipocrisias!









Se a minha alma falasse, diria que se sente
magoada, amachucada, entristecida com o que
muitas vezes acontece em meu redor...






E se o meu coração falasse?!... Diria talvez que por muito sofrimento que tenha de suportar, não iria mudar... Iria sempre amar como se fosse a primeira vez! Iria ser conquistado como se fosse a primeira vez! E iria sofrer, tal e qual como sofreu da primeira vez...






No entanto o meu sorriso mantém-se... Porque se existem pessoas que não conseguem ouvir as minhas lágrimas, o meu olhar, os meus gestos, a minha alma e o meu coração, existem as outras, que no silêncio conseguem ouvir e em especial entender o significado dessas palavras silenciosas...


O meu sorriso mais honesto e mais verdadeiro vai para elas!
E não preciso de dizer quem são... Elas sabem.

terça-feira, julho 18, 2006

Controvérsias


Por vezes, deparamo-nos com as barreiras da sociedade em que estamos inseridos... Enquanto jovens, criamos vários ideais, uma linha de vida, gritamos mais alto contra as injustiças, o sangue ferve e acreditamos num mundo melhor... No entanto, e á medida que vamos crescendo e adquirindo novas experiencias, parece-me que esses tais ideais e linhas de vida, vão adormecendo, ficando apenas esquecidos no nosso imaginário!

Pergunto-me porquê? Porque é que tal acontece.. Porque, mesmo sem nos apercebermos a sociedade acaba por nos corromper?! Porque se não me vestir de tal forma, falar de tal modo, pensar desta ou daquela maneira, as minhas hipoteses de "sobreviver" neste mundo se reduzem a poucas ou nenhumas?!

Sinto de certa forma que fui corrompida! Que perdi muito da minha essência de á uns anos atrás, e no entanto, sinto que, de certa forma nada ganhei em abdiquar de alguns dos meus ideais, da minha maneira de ver a vida, de VIVER a vida.

Se gosto de café com leite, porque tenho de beber leite com café?!

Se me apetece andar de baloiço no dito parque á uma da manhã, porque nao fazê-lo? Porque tenho mais de vinte anos e ja nao tenho idade para tal e porque nao me fica bem???
E afinal de contas, o que é isso de ficar bem ou ficar mal?

Se sempre gostei de andar de baloiço, porque é que iria deixar de gostar por ter vinte e poucos anos?!
Só porque alguém achou que isso apenas faz parte da infância?!

Afinal, todos temos algo de criança em nós, mais que não seja, que tal tentarmos por a etiqueta da sociedade de lado e fazermos aquelas coisas que sempre nos fizeram felizes, e que independentemente de tudo (chamem-nos de malucos, doidos varridos ou simplesmente umas crianças grandes), são essas mesmas coisas que nos fazem sentir vivos e livres de tanta regra e lei que nos leva a uma vida igual a tantas outras!

Eu quero ser eu! Apenas eu... Mesmo que tenha de viver de acordo com uma sociedade, no meio dessa enorme multidão, quero que me reconhecam, que nao seja apenas uma sombra igual a todas as outras. Mas em especial quero olhar para mim e ver que estou a ser fiel, se nao a todos, a alguns dos meus ideais, que me fazem ser quem sou!

Viver em sociedade sim! Mas ser a sociedade não!

Sou diferente! E gosto disso!

És diferente?! Então, ainda és real! Ainda és tu!

sábado, julho 01, 2006

Momento a sós com o meu Eu





"Cheguei a casa... Estavam todos a dormir. Fui até á sala, pousei a mala, puxei de um cigarro, sentei-me no sofá e deixei-me consumir pelo silêncio nocturno.

...

O fumo enrolava-se em espirais. Foquei a minha atenção, nesses movimentos e perdi-me com algo tão banal mas que me fizera ficar em profunda nostalgia.

Os pensamentos fluiram a mil á hora. Que mais precisava para perceber que a minha mente, o meu Eu estava, metaforicamente falando, igualzinho áquelas mesmas espirais de fumo?!

Apaguei o cigarro em seguida, como se tal fosse a solução para as minhas confusões! Como se ao ter aquele simples gesto tudo voltasse ao devido lugar, tal como eu desejava!

Nada aconteceu... O mesmo silêncio, o mesmo aperto no coração, as mesmas dúvidas.
Momento de reflexão. Estava abraçada por aquele silêncio, que agora me incomodava, que me obrigava a pensar em tudo aquilo que me deixava triste e sem saber qual o caminho mais sensato a seguir.

Um labirinto repleto de becos sem saída erguia-se á minha volta! Verdade que todo e qualquer ser humano tem a capacidade de tornar pequenas coisas em gigantescos problemas, mas naquele momento... Ah!... Naquele preciso momento, sentia-me pequenina perante tudo ao meu redor. Perdi o norte por minutos. Senti-me a pessoa mais triste á face da terra... E depois... Depois, senti novamente uma calma a chegar de mansinho!

Respirei fundo, uma e duas vezes... Peguei em outro cigarro. O silêncio parecia também mais gentil, mas troquei-o por uma melodia calma de um dos meus muitos cd's espalhados pela mesinha do computador!

Subitamente tudo me pareceu muito mais simples! As espirais que antes me deixaram cair em tristeza agora não me faziam diferença...

Acabara por, sem me aperceber como, acalmar e clarificar uma série de receios e anseios que me atormentavam!

Apesar de saber que não tinha chegado a nenhuma solução, aquele momento em que estive sozinha, tinha surtido um efeito deveras reconfortante.

Custumam dizer que "depois de uma tempestade vem sempre a bonança!"
Talvez a minha tempestade já esteja a passar. Só falta receber a recompensa.

...

Apaguei o cigarro, deixei a musica dar os acordes finais. Levantei-me, apaguei a luz da sala, fechei a porta e fui até ao quarto! Apetecia-me dormir... Mas o sono dessa noite foi bem mais descansado!"